Edições ASA:
"Podia ser um princípio pedagógico fundamental: quanto menos falamos mais temos possibilidades de muito ensinar.
De facto, o falar está do lado da transmissão, do ensino expositivo, do ensinar o mesmo a todos no mesmo espaço e tempo. É, muitas vezes, o caso do linguista que ensinou o seu cão a falar. E o drama é que, não obstante ele ter ensinado tudo muito bem, o cão não aprendeu. Isto é: o problema não foi dele que ensinou. Foi do cão que não aprendeu.
Ensinar muito com o que somos. Com os valores que emergem dos nossos juízos e das nossas práticas. Com as regras explícitas e implícitas que praticamos.
Ensinar muito colocando os alunos em situação de pesquisa e de produção. Trabalhando individualmente, em pares ou em equipa. Produzindo os mais diversos artefactos desenvolvendo as competências de procura, de aplicação, de avaliação, de síntese, de apresentação e discussão pública.
Na maior parte das vezes, não é ouvindo que se aprende. É experimentando, ensaiando, fazendo, errando e percebendo porquê. E então o professor é aquele que fala para orientar para acção, é o que escuta, é o que observa, o que ajuda…
Aprender a falar pouco. Aprender até a estar calado! Eis toda uma filosofia de ensino! Eis um bom programa para um círculo de estudo! Nenhum Centro de Formação quererá pegar nesta ideia?"
José Matias Alves
25_Bilhete Postal_JMA_Avaliação pedagógica e currículo: entre a retórica e
as práticas instituídas
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25_Bilhete Postal_JMA_Avaliação pedagógica e currículo: entre a retórica e
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A avaliação sempre esteve no centro de um “o...
Há 1 hora
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