e-Learning e comunidades

A comunidade online Escola 2.0, fundada pelo professor Fernando Costa, organizou recentemente uma conferência subordinada ao tema "e-Learning e Comunidades". Da sessão, com a participação do professor João Paiva, ficou o registo em vídeo que abaixo segue (qualidade de imagem sofrível...):


Já agora:

Ensinar para o exame

Na Amazon, enquanto procuro livros sobre "project based learning" com enfoque nas ciências, e a propósito do livro "Problem-Based Learning for Math and Science: Integrating Inquiry and the Internet", encontro um comentário de uma leitora que diz o seguinte:

A new instructional paradigm has emerged, one very much affected by recent cognitive and neuroscientific research. One in which skills such as problem solving and critical thinking as well as the ability to rapidly acquire, process, and apply new information, have become vital to success. Yet, as we all know too well, school reform in America today is primarily a matter of ratcheting up standards and then testing children to make certain they are measuring up. There is little time left to devote to the development of intellectual curiosity or any sense of 'meaningful' learning. The current 'teaching-to-the-test' hysteria deprives students of real mental challenge.
Não é que valha de grande coisa, mas sempre consola um pouco confirmar que não estamos sós na lógica absurda do quanto-mais-exame-melhor...

Trabalhadores da informação

Na BBC, com a data de hoje, Bill Gates assina um pequeno mas muito interessante artigo onde afirma:

One of the most important changes of the last 30 years is that digital technology has transformed almost everyone into an information worker.
In almost every job now, people use software and work with information to enable their organisation to operate more effectively.
That's true for everyone from the retail store worker who uses a handheld scanner to track inventory to the chief executive who uses business intelligence software to analyse critical market trends.
So if you look at how progress is made and where competitive advantage is created, there's no doubt that the ability to use software tools effectively is critical to succeeding in today's global knowledge economy.
(...) Today and in the future, many of the jobs with the greatest impact will be related to software, whether it is developing software working for a company like Microsoft or helping other organisations use information technology tools to be successful.
(...) Software innovation, like almost every other kind of innovation, requires the ability to collaborate and share ideas with other people (...)
I also place a high value on having a passion for ongoing learning. (...) Having that kind of curiosity about the world helps anyone succeed, no matter what kind of work they decide to pursue.

TED Talks

Indirectamente, já aqui falei das fantásticas TED Talks quando postei um vídeo com uma conversa de Ken Robinson sobre a criatividade.
Mas as TED Talks são uma iniciativa que merece destaque especial. Segundo os próprios:

We believe passionately in the power of ideas to change attitudes, lives and ultimately, the world. So we're building here a clearinghouse that offers free knowledge and inspiration from the world's most inspired thinkers, and also a community of curious souls to engage with ideas and each other.
A conferência anual dá origem a inúmeros vídeos de inegável interesse, uma vez que se reúnem cientistas, pensadores e artistas para falarem (em 18 minutos...) do que vão fazendo nas áreas da Tecnologia, Entretenimento e Design (TED).
No Youtube, há um canal com esses vídeos (são 154 ao todo, nesta data) e são do melhor que se pode encontrar na Internet. A servir de exemplo, deixo a seguir o vídeo da interessantíssima apresentação de Larry Lessing intitulado "How creativity is being strangled by the law", onde se fala da nova cultura da "Remistura" e dos problemas legais associados (pelo meio, alguns momentos de humor negro...):

PISA 2006

O PISA é um estudo internacional sobre os conhecimentos e as competências dos alunos de 15 anos, nomeadamente nas áreas de leitura, matemática e ciências. Os dois primeiros ciclos, realizados em 2000 e 2003, incidiram principalmente sobre as competências de leitura e matemática, respectivamente. Em 2006, cujo relatório foi divulgado há dias, o enfoque foi dado às ciências. Em Portugal o estudo envolveu 173 escolas (sendo 155 públicas e 18 privadas), abrangendo 5.109 alunos com 15 anos, desde o 7.º ao 11.º ano de escolaridade.
Infelizmente, como é habitual, não ficámos bem na fotografia. Ao que parece, os nossos miúdos até revelam elevada auto-confiança nas respectivas capacidades. O problema começa quando têm de demonstrar o que de facto são capazes de fazer... Apesar de algumas melhorias relativamente a anos anteriores, continuamos abaixo da média da OCDE. Há algumas conclusões interessantes: o factor sócio-económico é determinante, os rapazes são ligeiramente melhores do que as raparigas e os alunos com 15 anos que se encontram no 10.º ano (nunca ficaram retidos) têm desempenhos acima da média da OCDE. Como se pode ver no gráfico abaixo, os que estão no 10.º ano até se portam bem, o problema é que temos muitos alunos de 15 anos que já ficaram retidos uma, duas ou mais vezes...


O relatório encontra-se disponível no GAVE, mas pode-se fazer o download directamente aqui (.pdf)

Finalistas dos Edublog Awards 2007

Já se conhecem os finalistas de 2007 dos "Edublog awards". Os américas adoram estas coisas. A verdade é que, no meio de tanto blog, é possível encontrar pedras preciosas.
Lista completa aqui.

Timeline

Já que tanto tenho falado de tempo, não resisto a deixar aqui uma ferramenta que me parece ter evidentes qualidades pedagógicas: CircaVie. Trata-se de um serviço que nos permite criar facilmente um friso cronológico (timeline). O melhor de tudo é que é possível inserir fotos e vídeos nas entradas do friso. Obviamente, o poder educativo de uma ferramenta deste tipo é imenso. Para professores de História e não só...
Vamos fazer um pequeno passeio pelos anos 80? (uma perspectiva americana...)

Avaliação

No Aragem, há quase um mês, o Miguel Pinto colocou um excerto do livro "Avaliação das aprendizagens: Desafios às Teorias, Práticas e Políticas", de Domingos Fernandes, da Texto Editores.
É um texto (e será um livro) que me parece bastante pertinente sobre as práticas e as políticas avaliativas.
A avaliação é uma área (entre tantas outras...) onde há muito a melhorar. Nesse excerto faz-se uma listagem de alguns dos problemas a resolver. Eis alguns:

  • a convicção por parte de muitos professores de que, através dos testes, estão a avaliar aprendizagens profundas;
  • a confusão entre a avaliação formativa e a avaliação certificativa ou sumativa é um problema que parece indiciar que existirão poucas práticas de avaliação genuinamente formativa;
  • a função certificativa e classificativa da avaliação, a atribuição de notas, está claramente sobrevalorizada em detrimento da função destinada a analisar o trabalho dos alunos para identificar necessidades e para melhorar as aprendizagens;
  • a tendência para comparar os alunos entre si, levando-os a crer que um dos propósitos principais da aprendizagem é a competição em vez do crescimento pessoal.
A Isabel Campeão, na caixa de comentários, deixou um texto também interessante oriundo da APM sobre avaliação formativa e avaliação sumativa, onde se pode ler:
A investigação em educação realizada nas últimas décadas tem evidenciado claramente que a avaliação formativa é um poderoso processo de desenvolvimento das aprendizagens dos alunos.
Termino com a última frase do excerto do livro citado, que remete, uma vez mais, para a questão do tempo e que talvez explique por que razão, como acima afirmei, ainda há tanto por fazer nesta área...
Todo o tempo é pouco para que os professores se possam dedicar ao essencial: ajudar os alunos a desenvolver as suas aprendizagens.

Wetpaint - easy Wiki

Desde que o António Granado provocou, tenho andado com a ideia dos Wiki-manuais a ruminar no sótão. Mas todas as plataformas que vou encontrando me desagradam por um motivo ou por outro. Principalmente pelo formato pouco aberto a inserção de código externo, demasiadamente voltado para o texto e com poucas opções de configuração.
Recentemente experimentei o Wetpaint e parece-me que finalmente encontrei uma plataforma Wiki com muitas qualidades (muitos templates, facilidade de navegação, abertura ao exterior, ajuda acessível, fórum, etc.) e poucos defeitos (talvez o maior seja uma definição de privilégios pouco fina...). Tal como o Wikispaces, também o Wetpaint permite que um Wiki com fins educacionais se veja livre de publicidade.
Na Blip.tv encontrei um vídeo das Common Craft Productions precisamente sobre o Wetpaint. Interessante, como sempre:



Nota posterior: pois é, basta escarafunchar um pouco mais e encontramos defeitos. Apesar de muita coisa boa, duas podem limitar bastante o Wetpaint: só é suportado o Inglês (o que para Wikis educacionais é uma limitação severa) e não é possível embeber HTML...
Ora bolas! Será que temos de esperar que o JotSpot apareça finalmente integrado no Google, como ainda hoje li?