Torga

O Miguel Torga é uma descoberta recente (9-10 anos). Admiro nele sobretudo a inteireza de carácter de um homem radicalmente livre e independente. Bravio. E também a secura da escrita.
Em "A Criação do Mundo", uma autobiografia, pode ler-se:

«Sempre combatera abertamente a praxe, e considerava a capa e batina símbolos anacrónicos dum passado morto.
- Sou contra a farda! - costumava dizer, dando à palavra um sentido largo, que abrangia togas uniformes, roupetas - todos os trajes que cobrissem o homem de uma dignidade exterior.
- Sou civil - acrescentava. - Portanto, concebo apenas o cidadão comum, sem atavios de qualquer ordem.?

Toca-me particularmente este "Sou civil".

Sem comentários: