«O umbigo da Ministra da Educação deve ser tão GRANDE
que não a deixa ver/ouvir opiniões diferentes da sua. Há
qualquer coisa que não está a funcionar bem no Ministério da
Educação. Existe uma determinação em abstracto do
que se deve fazer, mas compreensão muito escassa da realidade
concreta. (...)
O problema reside em considerar os professores como meros
funcionários públicos e colocá-los na escola em
sumária situação de bombeiros prontos para ocorrer à sineta de
alarme. Mas a multiplicação de reuniões sobre tudo e
mais alguma coisa não permite que o professor prossiga na sua
formação científica.
Quando poderá ler, quando poderá trabalhar, quando
poderá actualizar-se? Não é certamente nas escolas que existem
condições para isso. Embora na faculdade eu tivesse um
gabinete, sempre partilhado com mais quatro ou cinco pessoas,
nunca consegui ler mais do que uma página seguida.
Não existem condições de concentração. Pelo caminho que
as coisas estão a tomar, assistiremos a uma barbarização
dos professores cada vez mais desmotivados, cuja única
obsessão passa a ser defenderem-se dos insultos e dos
inqualificáveis palavrões que ouvem à sua volta. A escola transforma-se
num espaço de batalha campal, com o apoio da demagogia dos
paizinhos, que acham sempre que os seus filhos são
angelicais cabeças louras. E com a cumplicidade dos
pedagogos do ministério.
Quando precisaríamos como de pão para a boca de um
ensino sólido, estamos a criar uma escola tonta e insensata.»
Eduardo Prado Coelho, Público
25_Bilhete Postal_JMA_Avaliação pedagógica e currículo: entre a retórica e
as práticas instituídas
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Há 2 horas
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