Yahoo! Teachers










Parece-me que vale a pena estar atento a isto!

Uma lição sobre trabalho colaborativo

Na verdade, trata-se de publicidade. Mas podia perfeitamente passar por uma lição de trabalho colaborativo (ou cooperativo, como prefere o Albino...).
O que mudou na empresa de "Mr. Frustrato"... Ver aqui.

A interdisciplinaridade da maçã

“Interdisciplinaridade” é isto: uma maçã é, ao mesmo tempo, uma realidade matemática, física, química, biológica, alimentar, estética, cultural, mitológica, económica, geográfica, erótica…

Rubem Alves
[via Terrear]

Quadro e giz - bye, bye, black & white

Acabadinho de assistir a uma demonstração de um "quadro interactivo", percebo que finalmente o omnipresente quadro preto e o desagradável pó de giz estão prestes a deixar-nos. Contudo, algumas interrogações se me levantam:

  1. Com o aumento da idade da reforma, a introdução destes novos meios vai ser muito dificultada nas nossas escolas. Não pude deixar de notar o sorrisinho temeroso dos meus colegas cinquentões (que, pelos vistos, irão ser "titulares"...);
  2. Por muito que se tornem acessíveis, estes novos dispositivos irão cavar ainda mais o fosso entre ricos e pobres;
  3. Finalmente, apesar de reconhecerer a enorme vantagem destes novos meios audiovisuais, receio que o texto seja relegado para um "papel" secundaríssimo e com isso se perca a capacidade de raciocínio e de estruturação mental das ideias e ainda um manejo ágil da língua materna. Como diz o outro - "menos é mais"...
Para se ter uma percepção do que será uma sala de aula nos próximos anos, aqui fica uma demonstração encontrada no... sítio do costume.

Feynman numa entrevista

THE PLEASURE OF FINDING THINGS OUT was filmed in 1981 and will delight and inspire anyone who would like to share something of the joys of scientific discovery. Feynman is a master storyteller, and his tales -- about childhood, Los Alamos and the Bomb, or how he won a Nobel Prize -- are a vivid and entertaining insight into the mind of a great scientist at work and play
A entrevista foi feita em 1981. Mas está ... Está tudo lá!
Quero chamar particular atenção para a Parte 2 onde Feynman fala da sua participação na equipa que desenvolveu a bomba atómica em Los Alamos. Acho que o modo como fala desse assunto dava para redigir todo um compêndio de psicologia...

SciTalks: Smart people on cool topics

Não deixa de ser entusiasmante assistir ao aumento exponencial dos recursos que, nos últimos tempos, a Internet tem colocado à disposição de qualquer um (supondo que tem um PC e uma ligação...). Quem já fez uma pesquisa no YouTube sobre qualquer tema, o mais provável é ter ficado perplexo com a quantidade de vídeos que encontrou. «Está lá tudo!», disse eu várias vezes ao deparar com o que julgava improvável.
Ultimamente, devido ao sucesso do YouTube, têm aparecido inúmeros outros serviços de recolha de vídeos, mas agora a tendência é a especialização temática. Já aqui coloquei um vídeo do site FORA.tv, que pretende ser um repositório audiovisual de todo o tipo de colóquios/debates/apresentações que ocorrem no mundo todos os dias. Ideia fantástica: não deixar que essas palavras se percam no efémero de um dia (embora o efémero tenha as suas seduções...) e levá-las a todos os cantos do mundo!
O serviço que acabo de descobrir está mais relacionado com a temática deste blogue: ciência. Chama-se SciTalks - smart people on cool topics e funciona como um enorme repositório de links para vídeos científicos alojados em qualquer página da Net. O serviço aceita sugestões de links e tem ainda uma lista de conferências a realizar no futuro próximo. Desnecessário será dizer que quase tudo o que se encontra é escrito e falado na língua de Shakespeare...
O Sr. Feynman, aqui ao lado, também por lá anda com vídeos dos anos 70. Dele se diz que é "simply the best physics lecturer of all time."

"I am a physics teacher"

I am a physics teacher. Or, at least I used to be. My subject is still called physics. My pupils will sit an exam and earn a GCSE in physics, but that exam doesn’t cover anything I recognize as physics. Over the past year the UK Department for Education and the AQA board changed the subject. They took the physics out of physics and replaced it with… something else, something nebulous and ill defined. I worry about this change. I worry about my pupils, I worry about the state of science education in this country, and I worry about the future physics teachers — if there will be any.
Este excerto é o início de uma carta que um professor do ensino secundário inglês escreveu aos seus superiores hierárquicos. Pode ser lida na totalidade aqui.
Tem passagens muito interessantes que se podem aplicar na perfeição aos novos programas de Físico-Química, em Portugal, de onde a matemática parece ter sido banida, transformando as ciências exactas em disciplinas meramente "descritivas". Repare-se no excerto seguinte:

The thing that attracts pupils to physics is its precision. Here, at last, is a discipline that gives real answers that apply to the physical world. But that precision is now gone. Calculations — the very soul of physics — are absent from the new GCSE. Physics is a subject unpolluted by a torrent of malleable words, but now everything must be described in words.

In this course, pupils debate topics like global warming and nuclear power. Debate drives science, but pupils do not learn meaningful information about the topics they debate. Scientific argument is based on quantifiable evidence. The person with the better evidence, not the better rhetoric or talking points, wins. But my pupils now discuss the benefits and drawbacks of nuclear power plants, without any real understanding of how they work or what radiation is.

O que é a autoridade?

Retirado do blog do Miguel Santos Guerra, sobre o que é a autoridade:

"La primera pregunta que nos debemos hacer es la siguiente: ¿Qué se entiende por autoridad? No estoy de acuerdo con quien identifica autoridad y poder. No creo que se pueda definir la autoridad como mano dura, malos modos, amenazas contundentes, castigos severos, distanciamiento, frialdad, desinterés y hostilidad. Tampoco con una exigencia, más o menos racional, más o menos arbitraria de muestra externas de respeto. No tenemos más autoridad los profesores por el hecho de que los alumnos y alumnas se pongan de pie cuando entramos en el aula. Definamos, pues, el concepto de autoridad. Etimológicamente procede del verbo auctor, augere que significa hacer crecer. Autoridad es prestigio, es exigencia, es seriedad y es amor.
La segunda pregunta decisiva es ésta: ¿Cómo se pierde o se gana autoridad? Se gana con la coherencia, con el ejemplo, con la con la responsabilidad, con la constancia(...)"

A escola que aprende # 1

Leituras do livro "A escola que aprende" de Miguel Ángel Santos Guerra, Edições ASA, Cadernos do CRIAP.

"Para aprender de forma eficaz é preciso ter vontade de agir, olhos bem abertos para ver, a mente desperta para analisar, o coração disposto para assimilar o apreendido e os braços prontos para o aplicar. Tudo fala na escola. Faz falta saber ouvir e saber analisar o que se ouviu.
Não será, pois, através de medidas externas, de agentes externos, de assessores impostos, de inspecções hierárquicas, de directores autoritários que se conseguirá mudar de forma enriquecedora uma escola. Porque , assim, os professores acabam por se transformar em peças de uma engrenagem em que não acreditam e que não amam."
pág. 12

Quem diria!

"Consultora diz que Internet será a principal fonte de consumo de informação dentro de cinco anos"
[Via Público.pt]
Que arrojo de previsão! Quem diria uma coisa destas! Ela há consultoras com uma perspicácia... Aqui entre nós, quer-me parecer que a consultora em causa anda com o calendário atrasado aí uns bons... cinco anos. Digo eu, que não sou consultor. Humildemente.

A Internet na escola... e na vida, segundo Castells

Manuel Castells, sociólogo e professor na Universidade da Califórnia (Berkeley), e ainda membro fundador do Conselho Científico do Conselho Europeu de Investigação, deu recentemente uma entrevista ao site argentino educ.ar da qual retiro algumas frases:

Los resultados de investigaciones en muestras significativas (700 escuelas) de Cataluña, en base a la realización de unas entrevistas presenciales que hicimos en el 2003 a alumnos, docentes y padres de escuelas primarias y secundarias sobre los usos de las TIC en el sistema de enseñanza, muestran que todas las escuelas de Cataluña estaban conectadas a internet: el 100%; pero que el tiempo medio de uso de internet por los alumnos en la escuela es de 2 horas al mes.

La reacción de todo el mundo fue contra los maestros, aludiendo a que odian internet, etcétera. Pero como también medimos el tiempo medio de uso de internet por los alumnos en su casa, y arrojó 12 horas de uso por semana, y el tiempo medio de uso de internet de los maestros en su casa, y vimos que era de 15 horas por semana… ¿qué nos dicen estos datos?

Que los maestros y los alumnos están en internet, las escuelas tienen internet, pero el sistema escolar no está en internet. El sistema educativo en términos de procesamiento de contenidos, de estructura pedagógica, de gestión de las escuelas, está estructurado en una forma que para introducir ese cambio tecnológico y social a la vez hay que cambiar la organización de la escuela y los currículos, hay que sacar internet del aula de informática (además cerrada con llave) y ponerla en los currículos de todas las materias. Hay que cambiar la pedagogía. Porque no es que los maestros con internet tengan miedo de perder el poder, es que no saben cómo enseñar con internet, nadie se los ha explicado.

(...) Hay mucha evidencia de que gran parte de lo que somos es pura biología, pura química y puras conexiones neuronales, y de historia personal, cultura y contexto es muy pequeño lo que tenemos en relación al resto, pero sobre eso pequeño es donde podemos actuar, y por tanto no es determinismo absoluto, podemos hacer grandes variaciones.

(...) El mundo entero sigue pensando que internet aliena a la gente, la aísla, hace individuos potencialmente peligrosos, incluso asesinos. Mientras que ya contamos con una tonelada de investigaciones que demuestran lo contrario: cuanto más usas internet más sociable eres, hay más conciencia del mundo, más movilización sociopolítica, más capacidad de control sobre las instituciones, más poder de información en manos de la gente, etc.: es acumulativo. Internet es un vehículo que aumenta la capacidad de acción sobre la sociedad.

Primo Levi

Palmira F. Silva, bióloga, no blog De Rerum Natura, "arranca" um post fantástico sobre o livo "Tabela Periódica" de Primo Levi.
Dois pequenos excertos do livro (um da versão portuguesa, outro da versão inglesa):

«A nobreza do Homem, adquirida por cem séculos de tentativas e erro, reside em tornar-se conquistador da matéria e eu entrei em Química porque queria permanecer fiel a esta nobreza. Porque vencer a matéria é compreendê-la, e compreender a matéria é necessário para compreender o Universo e nós mesmos: e que portanto a Tabela Periódica de Mendeleev, que justamente naquelas semanas aprendíamos laboriosamente a desenredar, era poesia (...) ».

«The trade of chemist (fortified, in my case, by the experience of Auschwitz), teaches you to overcome, indeed to ignore, certain revulsions that are neither necessary or congenital: matter is matter, neither noble nor vile, infinitely transformable, and its proximate origin is of no importance whatsoever. Nitrogen is nitrogen, it passes miraculously from the air into plants, from these into animals, and from animals into us; when its function in our body is exhausted, we eliminate it, but it still remains nitrogen, aseptic, innocent.»

Wikis para Tótós

Walter Isaacson on Einstein

Neste vídeo, Walter Isaacson fala do seu livro "Einstein: his Life and Universe"

"Cumprir o programa"

Do terrear tirei esta do Rubem Alves:

"O adolescente era ruim em química. Só tirava notas ruins. O professor chamou-o e disse-lhe: “Continuando assim você vai ser reprovado...” O menino respondeu: “Vou continuar. Não tenho cabeça para química. Não gosto de química. Não há lugar para química na minha vida...” O professor observou: “Mas sei que está interessado em literatura. Escreve para o jornal da escola... E parece que é bom nisso...” O aluno sorriu: “Sim, sou bom em literatura. É a minha vida...” O professor de química sorriu e fez-lhe uma proposta insólita: “Vou resolver seus problemas de química para que passe de ano e possa dedicar-se à literatura...” E assim aconteceu. O professor de química fez o que o regulamento proibia. O aluno não aprendeu química mas pode dedicar-se à literatura. O nome do aluno é Ignácio de Loyola Brandão. Não sei o nome do professor, que já morreu. Mas o admiro, assim mesmo, sem nome. Ele sabia que o importante não era o programa. Era o aluno."
Nós, professores, passamos o tempo todo a esquecermo-nos disto. No fim do ano lectivo, quando temos de tomar decisões, enchemos a boca de "justiça" e "injustiça". E afinal o que está em causa é apenas o direito de cada um à realização pessoal... Porque "cumprir o programa" é cumprir a pessoa por detrás do aluno.