Do terrear tirei esta do Rubem Alves:"O adolescente era ruim em química. Só tirava notas ruins. O professor chamou-o e disse-lhe: “Continuando assim você vai ser reprovado...” O menino respondeu: “Vou continuar. Não tenho cabeça para química. Não gosto de química. Não há lugar para química na minha vida...” O professor observou: “Mas sei que está interessado em literatura. Escreve para o jornal da escola... E parece que é bom nisso...” O aluno sorriu: “Sim, sou bom em literatura. É a minha vida...” O professor de química sorriu e fez-lhe uma proposta insólita: “Vou resolver seus problemas de química para que passe de ano e possa dedicar-se à literatura...” E assim aconteceu. O professor de química fez o que o regulamento proibia. O aluno não aprendeu química mas pode dedicar-se à literatura. O nome do aluno é Ignácio de Loyola Brandão. Não sei o nome do professor, que já morreu. Mas o admiro, assim mesmo, sem nome. Ele sabia que o importante não era o programa. Era o aluno."
Nós, professores, passamos o tempo todo a esquecermo-nos disto. No fim do ano lectivo, quando temos de tomar decisões, enchemos a boca de "justiça" e "injustiça". E afinal o que está em causa é apenas o direito de cada um à realização pessoal... Porque "cumprir o programa" é cumprir a pessoa por detrás do aluno.
25_Bilhete Postal_JMA_Avaliação pedagógica e currículo: entre a retórica e
as práticas instituídas
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25_Bilhete Postal_JMA_Avaliação pedagógica e currículo: entre a retórica e
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A avaliação sempre esteve no centro de um “o...
Há 1 hora
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