Can online learning be as effective as classroom learning?

O Edutopia, já aqui referenciado, colocou há alguns dias um inquérito online em que a pergunta é a seguinte: "Can online learning be as effective as classroom learning?"
Além das três hipóteses óbvias de resposta - Sim, Não e Talvez - permite-se que o respondente escolha "nenhumas das anteriores" e diga porquê na zona dos comentários. Eis alguns excertos desses comentários:

"The industrial model of education is on it's way out. It never did server learners need but was designed more for the convenience of the providers at the time. Now we can do better with technology and support true learning."

"Younger students definitely need that face-to-face interaction to not only learn materials from content areas, but also how to interact appropriately with other people."

"It is impossible to replace in-person interaction and experience. Learning online is valuable, but is not a complete substitute. I want my kids to learn how to be together and interact with people individually and in groups, real, live, and naturally, as well as in online scenarios."

"Now, as I complete my doctoral degree in educational leadership through an online program, I am more convinced than ever that online learning can be effective, challenging and greatly rewarding."

"Online learning opens many doors for some learners. They can be engaged and learning 24/7. This is great if the technolgy is working and the student is self motivated or engaged."

"While the convenience and offerings that online classes can provide could not possibly be matched in a conventional classroom, the social interaction with your fellow students and the instructor can be invaluable and (I believe) essential for some topics."

Metodologia ou Tecnologia?

É interessante o vídeo abaixo uma vez que mostra que a tecnologia, por si só, de pouco servirá se não alterar também as metodologias de ensino-aprendizagem. O que faz todo sentido neste momento em que as nossas escolas estão a receber "Quadros Interactivos".
O que fazer com eles?
Pessoalmente, estou convencido que, apesar das suas inegáveis virtudes, não é o Quadro Interactivo que vai revolucionar as metodologias. Aliás, se mal utilizado, pode mesmo representar um retrocesso, fazendo com que uma aula adquira um carácter ainda mais expositivo.
A verdadeira ferramenta da "revolução metodológica" é o computador pessoal. Uma pessoa - um computador.


[Vídeo retirado do YouTube. Utilizador ementa (?)]

K-12 Online Conference

Acabou ontem... mas está lá tudo. A K12 Online Conference decorreu na segunda quinzena de Outubro.
O objectivo foi recolher as melhores ideias de como utilizar as tecnologias e ferramentas Web 2.0 para melhorar as aprendizagens.
Cerca de quarenta apresentações sobre os mais variados temas - desde o blogging ao podcasting, passando pelo modo como tirar proveito dos telemóveis em contexto educativo...
Todas as apresentações podem ser acedidas a partir do site K12OnlineConference.

Um dos participantes foi Konrad Glogowski, o autor do conhecido "blog of proximal development", que em 2005 foi o vencedor dos edublogs awards. Este professor canadiano, da Universidade de Toronto, trouxe como tema "Assessment and evaluation in the age of networked learning", uma apresentação que pode ser revista com o auxílio do slidecast abaixo:

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Map of Future Forces Affecting Education

A partir do Ponto Media, cheguei a este mapa INTERESSANTÍSSIMO (formal e substantivamente falando) onde podemos ter um vislumbre do que aí vem em termos de educação.
Particularmente útil para quem ainda não percebeu que o futuro próximo vai ser radicalmente diferente do presente - para a educação e não só!
Estou pessoalmente convencido que, em apenas dez anos, as mudanças na educação serão maiores do que no último século. E quem achar que esta afirmação é ingénua - faça favor.

A substância das palavras

Num PowerPoint, de uma respeitável editora, encontro a seguinte definição:

Numa solução temos a considerar o soluto e o solvente:
O soluto é a substância que se dissolve no solvente.
O solvente é a substância na qual se dissolve o soluto.
Isto é aquilo a que na Filosofia se chama uma "definição circular". Obviamente, uma definição circular é um "círculo definidor"... ;-)
Depois queixem-se que a Química é difícil.
Já agora: durante o meu curso (de Química) fartei-me de apanhar situações destas. Ainda se encontram muitos conceitos definidos com muito pouco rigor e uma linguagem pouco clara. A malta da Filosofia é que podia dar uma ajudinha...
Mas a definição que me enche as medidas encontrei-a na disciplina de Psicologia dos Adolescentes: "os adolescentes podem ser encontrados em grupos de pares, havendo que distinguir os Grupos e os Grupinhos. Os Grupinhos são Grupos pequeninos..."
Juro que li isto numa sebenta de Psicologia!

e-learning Lisboa 2007

Começa amanhã, no Centro de Congressos, o e-learning Lisboa 2007.
Segundo a mensagem da Comissão Executiva, "o propósito desta nossa Conferência é o de proporcionar oportunidade para reflectirmos conjuntamente, com base nas experiências e vivências de cada um e com o apoio de especialistas, sobre a qualidade dos processos educativos/formativos, à luz dos objectivos da Agenda de Lisboa e num contexto favorecedor da apreciação critica e de uma construção prospectiva."
A conferência pode ser acompanhada em tempo real através da Net.
Além disso, os participantes irão ter a possibilidade assistir a uma sessão da Rede Kaleidoscope, que se define como sendo "a European research network actively shaping the scientific evolution of technology enhanced learning." O seminário da próxima terça-feira terá como tema: Are we re-searching the right things? Na introdução do mesmo pode ler-se:

Mobile learning, social software, learning grids, collaborative learning environments, inquiry learning: these are some of the current key strands of research on Technologies and Education. What do they mean for school representatives? Research questions and results predominantly see the light in academic circles, with still a limited involvement of their intended beneficiaries: schoolteachers, parents’ associations and other stakeholders of the school sector. Furthermore, research results are not easily transferred into school practices. The purpose of this session is to invite school practitioners to express their views, concerns and expectations on what the research priorities should be, and how they could be involved in their definition. We’ll try to highlight challenges and opportunities to involve school practitioners in the definition of the research agenda and for the transfer of research results into mainstream school practices.

Poesia portuguesa

No aplicativo abaixo é possível que qualquer pessoa grave a sua leitura de um poema de um dos poetas seleccionados.
Trata-se apenas de uma experiência. Mas que pode dar uma ideia das potencialidades pedagógicas de ferramentas deste género.
Nota: Para ouvir as leituras é necessário altifalantes ou auscultadores. Antes de gravar ou escrever, é necessário fazer um registo que é simples e rápido.

??!!

«Dois polícias "à civil" entraram ontem na sede do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) na Covilhã e levaram dois documentos de informação referentes à acção de protesto marcada para hoje nesta cidade, onde estará o primeiro-ministro, no âmbito de uma visita à Escola Secundária Frei Heitor Pinto.
De acordo com o relato feito por responsáveis do sindicato, os dois agentes entraram na sede do SPRC numa altura em não se encontrava nenhum dirigente e informaram o único funcionário presente que se tratava de uma acção de "rotina". Para a direcção do SPRC, filiado na Fenprof, trata-se de uma "acção de características pidescas" e que justifica a apresentação de queixa sobre "esta violação dos direitos democráticos" ao Presidente da República, Parlamento, Provedoria de Justiça e Procuradoria-Geral da República, lê-se num comunicado emitido ontem ao final do dia.»
Público, 9 de Outubo de 2007

Revista "Sísifo"

O número 3 da Revista Sísifo - Revista de Ciências da Educação, da Unidade de I&D de Ciências de Educação da Universidade de Lisboa - tem como tema global "TIC e Inovação Curricular".
Os artigos estão disponíveis para consulta online e abordam temáticas de interesse relevante para quem se interessa pela integração das novas tecnologias em ambientes de ensino-aprendizagem.
A propósito da minha entrada anterior, aproveito para deixar aqui um pequeno excerto do artigo "Limites e possibilidades das TIC na educação" [.pdf], de Guilhermina Lobato Miranda:

A investigação tem demonstrado que a estratégia de acrescentar a tecnologia às actividades já existentes na escola e nas salas de aula, sem nada alterar nas práticas habituais de ensinar, não produz bons resultados na aprendizagem dos estudantes (cf. De Corte, 1993; Jonassen, 1996; Thompson, Simonson & Hargrave, 1996, entre outros). Esta tem sido, contudo, uma das estratégias mais usadas. E compreende-se porquê. Existem várias razões. Enunciarei as duas que considero mais importantes.
A primeira prende-se com a falta proficiência que a maioria dos professores manifesta no uso das tecnologias, mormente as computacionais. Vários estudos têm revelado que a maioria dos professores considera que os dois principais obstáculos ao uso das tecnologias nas práticas pedagógicas são a falta de recursos e de formação (cf. Paiva, 2002; Pelgrum, 2001; Silva, 2003; entre outros).
A segunda razão prende-se com o facto da integração inovadora das tecnologias exigir um esforço de reflexão e de modificação de concepções e práticas de ensino, que grande parte dos professores não está disponível para fazer. Alterar estes aspectos não é tarefa fácil, pois é necessário esforço, persistência e empenhamento.
O problema reside em que alguns professores têm uma concepção romântica sobre os processos
que determinam a aprendizagem e a construção de conhecimento e concomitantemente do uso das tecnologias no acto de ensinar e aprender. Pensam que é suficiente colocar os computadores com algum software ligados à Internet nas salas de aula que os alunos vão aprender e as práticas se vão alterar. Sabemos que não é assim.

O camião

Hoje estou numa de metáforas:

Uma família humilde de agricultores tinha de percorrer muitos quilómetros, todos os dias, para levar os seus produtos à feira. Transportava os bens numa carroça de madeira, demasiado gasta, puxada por um burro cansado. Os membros desta família, conhecidos por toda a região e tidos como gente honesta e trabalhadora, andavam sempre exaustos, tal a dificuldade da tarefa que diariamente lhes cabia em sorte.
Um dia, um homem bom, que deles se compadeceu, num "gesto largo, transbordante" (à moda do Álvaro de Campos...), deixou de surpresa em frente de casa, para os surpreender, um camião novinho em folha.
Quando, passados muitos meses, depois de viajar pelo mundo, o homem bom quis ver como passava agora aquela família humilde de quem se apiedara, verificou espantado que pais e filhos estavam ainda mais cansados, tristes e desesperados do que antes. Querendo saber o porquê de tal situação, deles se aproximou sem nunca revelar que tinha sido ele o benemérito. O filho do meio foi quem tudo explicou: o burro, que já era velho, quase não conseguia puxar o camião, muito mais pesado que a antiga carroça, e tinham de ser os filhos a ajudar o burro, com cordas e muito suor. Perplexo, o homem bom fez a pergunta óbvia: por que não conduziam eles o camião? Ao que o mais velho respondeu, resignado, que aquele camião era muito difícil de conduzir: além de três pedais e um volante, havia uma série de alavancas e botões complicados - era mais simples continuar a utilizar o burro...
Peço desculpa pela estória canhestra, de tom anacrónico e pouco verosímil, mas foi o que pude arranjar. Perguntar-me-ão a que propósito a coloquei aqui.
Sem querer ferir susceptibilidades, nem armar ao iluminado, sempre direi que todos os dias, à minha volta, me vejo rodeado de pessoas com uma atitude semelhante aos infelizes membros da família acima: possuem ferramentas poderosíssimas, com as quais poderiam fazer muito mais facilmente e de modo mais eficaz o que sempre fizeram - gerir informação, planear actividades, comunicar com os outros, elaborar documentos, estruturar projectos, etc, etc, etc... - com a enorme vantagem de tudo ser feito colaborativamente, sem repetições desnecessárias e dando expressão à criatividade individual.
Mas não é fácil convencer os professores que um computador serve para muito mais do que fazer testes ou planificações e que há muito mais vida além do Word...
Quando vejo tanto computador "generosamente" oferecido, penso se não seria preferível oferecer apenas... cartas de condução.

Ser Professor

Ando há meses a resistir. Não aguento mais. O Helder Bastos que me desculpe mas vou mesmo roubar a frase que colocou no frontispício do seu Travessias. É que não consigo encontrar melhor frase para descrever a função de um Professor:

"Despertar noutro ser humano poderes e sonhos além dos seus; induzir nos outros um amor por aquilo que amamos; fazer do seu presente interior o seu futuro: eis uma tripla aventura como nenhuma outra."
George Steiner