O número 3 da Revista Sísifo - Revista de Ciências da Educação, da Unidade de I&D de Ciências de Educação da Universidade de Lisboa - tem como tema global "TIC e Inovação Curricular".
Os artigos estão disponíveis para consulta online e abordam temáticas de interesse relevante para quem se interessa pela integração das novas tecnologias em ambientes de ensino-aprendizagem.
A propósito da minha entrada anterior, aproveito para deixar aqui um pequeno excerto do artigo "Limites e possibilidades das TIC na educação" [.pdf], de Guilhermina Lobato Miranda:
A investigação tem demonstrado que a estratégia de acrescentar a tecnologia às actividades já existentes na escola e nas salas de aula, sem nada alterar nas práticas habituais de ensinar, não produz bons resultados na aprendizagem dos estudantes (cf. De Corte, 1993; Jonassen, 1996; Thompson, Simonson & Hargrave, 1996, entre outros). Esta tem sido, contudo, uma das estratégias mais usadas. E compreende-se porquê. Existem várias razões. Enunciarei as duas que considero mais importantes.
A primeira prende-se com a falta proficiência que a maioria dos professores manifesta no uso das tecnologias, mormente as computacionais. Vários estudos têm revelado que a maioria dos professores considera que os dois principais obstáculos ao uso das tecnologias nas práticas pedagógicas são a falta de recursos e de formação (cf. Paiva, 2002; Pelgrum, 2001; Silva, 2003; entre outros).
A segunda razão prende-se com o facto da integração inovadora das tecnologias exigir um esforço de reflexão e de modificação de concepções e práticas de ensino, que grande parte dos professores não está disponível para fazer. Alterar estes aspectos não é tarefa fácil, pois é necessário esforço, persistência e empenhamento.
O problema reside em que alguns professores têm uma concepção romântica sobre os processos
que determinam a aprendizagem e a construção de conhecimento e concomitantemente do uso das tecnologias no acto de ensinar e aprender. Pensam que é suficiente colocar os computadores com algum software ligados à Internet nas salas de aula que os alunos vão aprender e as práticas se vão alterar. Sabemos que não é assim.
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