Trabalho colaborativo. Pois, pois...

A Isabel Campeão, que não conheço pessoalmente, mas cujo blogue visito regularmente, esteve na última reunião do meu Departamento. Não a vi lá, mas para ter escrito isto só pode ter lá estado. É que nos fartamos de falar do modo como poderá ser possível reabilitar o "velho" e saudável hábito de nos reunirmos para falarmos de... aulas/aprendizagem/pedagogia.

Numa entrada muito pertinente, a Isabel também fala dos horários sem "espaços de respiração" dos alunos. (Os meus, nas últimas semanas, já não me ligam nenhuma. Na verdade, também eu já não me ligo nenhuma.).
Não fala, mas podia falar, das bibliotecas escolares quase vazias - ou têm aulas ou estão em casa.
Não fala, mas podia falar, do estado de exaustão em que muitos professores se encontram por estes dias. As faltas, agora, são residuais, é certo. Mas não tardará a chegar o tempo da factura - as pessoas vão estourar. Quando as baixas começarem a ser mais prolongadas, devido a esgotamentos, talvez alguém se lembre que aqueles "artigos 102", de vez em quando, tinham o seu quê de terapêutico. E, recorde-se, a "brincadeira" ainda nem sequer começou... Brincadeira essa que, como bem diz a Isabel, não vem ajudar em nada o tão desejado trabalho colaborativo. Como "alguém" disse num comentário: "Para haver trabalho colaborativo tem de haver confiança. Para haver confiança tem de haver espaços e tempos e clima e projectos comuns. Só assim a cultura se constrói e dá frutos. Evidentemente que este objectivo político nunca existiu."

3 comentários:

IC disse...

"É que nos fartamos de falar do modo como poderá ser possível reabilitar o "velho" e saudável hábito de nos reunirmos para falarmos de... aulas/aprendizagem/pedagogia."
Isso já é animador! Marx dizia que "a liberdade é a consciência da necessidade". Eu acredito que esta actual má fase irá bater no fundo e acabará por ir despertando e aumentando nos professores a consciência da necessidade de tomarem nas mãos a sua libertação dela - inclusivamente conseguindo formas de recuperarem a colaboração -, seja lutando por isso no interior das escolas, seja em lutas mais vastas, se necessário.

Fiquei admirada (mas estimulada) por saber que visitas o meu bloguezito, para o qual ando tão desmotivada. Eu conheci o teu, tão rico em sugestões, há pouco graças ao JMA (acrescentei-o logo aos meus links).

Um abraço

António disse...

Olá, Isabel.
Concordo com o que dizes. Depois da poeira assentar, estou convencido que regressaremos ao que é a essência da nossa missão. Pena é que quem mais devia ajudar nesse sentido pareça pouco interessado em fazê-lo...

O teu "bloguezito", e outros como o teu, têm-me ajudado a crescer como profissional. Cada um vai dando o seu bocadinho. ;-)
Abraço.

Anónimo disse...

I didn't understand the concluding part of your article, could you please explain it more?