Com a devida vénia ao Matias Alves, do Terrear, transcrevo na íntegra o post "O poder das periferías e dos actores":
Sabe-se, com uma elevada dose de certeza, que são as escolas (os contextos específicos e as pessoas na acção organizada) que comandam o ritmo, o sentido, a geografia e gramática das mudanças. Que são as periferias que controlam o centro (político e administrativo). Que são os actores que reformam as reformas iluminadas centralmente concebidas e mandadas aplicar em todos os contextos.Apenas acrescentaria que, quando a realidade é esta (e é!), o melhor a fazer não é tentar controlar o que não se pode controlar - o melhor é confiar nos agentes (nos actores) e proporcionar-lhes uma efectiva autonomia.
Sabe-se que a Inspecção tem poucas condições para inspeccionar o que realmente importa. Que a Administração central e regional apenas detém um poder meramente formal e que se alimenta da ilusão de que os relatórios são o espelho do real.
Vivemos num imenso simulacro governado pela lógica do sistema (sem rosto, maquinal, burocrático, insensível). A principal causa do nosso atraso. E o grave é que quase ninguém vê. Desenham-se políticas e impõem-se regulamentos próprios do século passado. Passados. Inertes.
Uma política do século passado é uma política que desconfia da capacidade dos cidadãos em resolver os seus problemas e acha que pode intervir no chão do quotidiano a partir das nuvens...
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