Uma escola de doentes?

Acabo de ver na RTP 2 um documentário sobre os trabalhos de um cientista especializado em comportamento animal. Durante anos desenvolveu estudos com grupos de babuínos e fez descobertas que vão muito de encontro às que têm sido feitas pelos psicólogos experimentais relativamente aos humanos. Parece que há um factor, nos dois casos, que tem uma implicação directa no bem-estar, felicidade e florescimento dos indivíduos - a sensação de controlo. Quanto maior for a implicação do sujeito na sua actividade e maior a importância atribuída ao seu contributo, maior serão as probabilidades do mesmo ter uma vida mais saudável. A percepção de que aquilo que damos aos outros é importante e que as nossas opiniões são tidas em conta na tomada de decisões favorece-nos a saúde, tanto fisica como psicologicamente.

Talvez por isso Kevin Fox, ao sair da Google, tenha deixado um enorme elogio:

Google is the first place I've ever worked where I feel that I'm part of the company as opposed to working for the company.
E apetece perguntar: a escola que aí vem, onde os professores claramente passarão a ser tratados como funcionários, onde terão de humildemente cumprir as ordens do Sr. Director, onde a sua voz cada vez mais se distancia do núcleo onde as decisões são tomadas, essa escola que aí vem, perguntava, será uma escola de professores doentes?
Comparando os estados de espírito dos tempos mais recentes com os de há não muitos anos a resposta parece-me evidente.
Mas tudo isto são minudências demasiado subtis para os bárbaros. O que lhes interessa não será exactamente a felicidade dos que tutelam...

Sem comentários: